Há algum tempo um homem tocou a campainha da casa
do seu vizinho e insistiu para que o dono da casa se vacinasse contra a
varíola, juntamente com a família toda.
Ele era apenas um dos milhares voluntários que
estavam tocando campainhas por toda a cidade de Nova York. Gente assustada
permanecia em filas durante várias horas para ser vacinada. Foram abertos
postos de vacinação em toda parte. Mais de 2.000 médicos e enfermeiras
trabalhavam dia e noite vacinando a multidão.
Qual a causa de todo esse nervosismo? É que oito
pessoas, na cidade de Nova York, estavam atacadas de varíola, e duas tinham
morrido. Duas mortes, numa população de 8 milhões. Um homem e milhares de
outros igualmente tocando a campainha das casas por causa de duas pessoas
mortas pela varíola.
Não queremos hoje tocar a campainha de suas casas
para alertar a vocês contra o perigo de doenças físicas, mas de uma doença que
durante os últimos 50 anos constitui-se num perigo 10.000 vezes maior do que
simples doenças físicas. Ainda não vimos nenhum tocador de campainhas alertar
as grandes multidões sobre o perigo dessa doença de que trataremos hoje.
E, no entanto, nos EUA, de cada 10 pessoas que lá
vivem, uma é atacada de colapso nervoso, cansado por essa doença tão perigosa.
Alexis Carrel, o grande vencedor do prêmio Nobel de Medicina, afirmou: “Os
homens de negócios que não sabem como combater as preocupações, morrem jovens.”
E também as donas de casa, os veterinários, os pedreiros, padeiros,
eletricistas; todos. A preocupação, a inquietação, a ansiedade podem nos levar
cedo à sepultura.
I - MAS O HOMEM MODERNO VIVE PREOCUPADO
Sim, o homem moderno vive permanentemente
preocupado com os seus problemas. O homem de hoje se inquieta, se preocupa, se
agita com toda sorte de problemas:
PROBLEMAS POLÍTICOS: Qual será o destino de nossa
nação?
PROBLEMAS ECONÔMICOS: Com o trabalho, com as
dívidas, com o desemprego, os baixos salários. Como vamos enfrentar a inflação?
PROBLEMAS SOCIAIS: A crítica, a ingratidão dos outros,
os ciúmes e a inveja.
PROBLEMAS ESPIRITUAIS: os pecados passados, a
insegurança religiosa, a falta de fé, o temor de não se salvar.
1. Conta-se de uma jovem de 15
anos que estava preocupada, intensamente ansiosa, com receio de não se
casar.
2. Outros se preocupam
com o câncer, embora as possibilidades de que venham a ser vítimas desta
terrível doença sejam muito remotas.
3. Um menino vivia numa fazenda
de Missouri; era um garoto, mas cheio de complexos, já sofria de
preocupações. Quando havia trovoada, ele ficava aflito – com medo de ser
fulminado por um raio.
– Se os tempos estavam difíceis,
preocupava-se, com receio de não ter o que comer.
– Preocupava-se com medo de ir para o
inferno, após a morte.
– Sentia-se horrorizado ao pensar em
Sam White, outro garoto mais velho que lhe pudesse cortar as orelhas, como
ameaçava fazer.
– Vivia aflito, com receio de que as
meninas rissem dele.
– Sofria com medo de que nenhuma garota
pudesse casar com ele, quando fosse maior.
– Preocupava-se com o que diria à
esposa logo depois do casamento.
Certo dia, em que ajudava sua mãe a
colher cerejas, pôs-se o menino a chorar. Sua mãe lhe perguntou: “Meu filho,
por que é que você está chorando?” Ele disse: “Estou com medo de ser enterrado
vivo, quando morrer!”
– Medo de ser enterrado vivo!
4. Outros se preocupam com o dinheiro.
Segundo uma enquete feita por um famoso jornal nos EUA, 70% das nossas
preocupações são de origem econômica, preocupações por causa do dinheiro.
5. Há outros que se ressentem pela
ingratidão das pessoas a quem prestam favores, como se eles fossem tão
importantes para merecer gratidão, mais que Jesus.
6. Muitos se preocupam com o que os
outros dizem deles; a crítica de amigos e inimigos constitui-se na sua maior
preocupação. Vivem cheios de ódio e ressentimentos.
II - MAS O QUE FAZ A PREOCUPAÇÃO?
QUAIS OS SEUS EFEITOS?
Quais são os resultados? Qual é o malefício?
Por que devemos advertir-nos contra esse terrível
mal?
Por que a preocupação encurta a vida?
Hoje, queremos tocar a sua campainha para advertir
a você do grande perigo que ameaça a todos quantos se deixam vencer pelas
preocupações, inquietudes, ansiedades, conflitos interiores.
1. O Dr. O.F. GOBER, médico-chefe de
uma Associação Hospitalar dos EUA, disse: “– 70% dos pacientes que procuram
médicos poderiam curar-se livrando-se dos seus temores e das suas
preocupações.”
Notaram bem? Há muitas pessoas com as mais variadas
doenças que vão procurar uma cura através de receitas de médicos, gastam
fortunas em remédios e tratamentos... E, no entanto, poderiam evitar tudo isso,
caso deixassem de se preocupar.
O motivo principal de suas doenças são as suas
preocupações. A causa dos seus males é inquietude. Mas não são doenças
imaginárias, não! São doenças reais, todas constatadas pelos mais famosos
médicos, doenças reais causadas por preocupações muitas vezes irreais.
E quais seriam essas doenças? O Dr. GOBER continua:
“Refiro-me a doenças tais como indigestões nervosas, úlceras do estômato,
perturbações cardíacas, insônia, dores de cabeça e alguns tipos de paralisia.”
Esta é a realidade: a preocupação está encurtando a vida de muita gente boa.
Por isso, Alexis Carrel disse: “Os homens de negócios, ou seja, todos os homens
que não sabem combater as preocupações morrem jovens.” Estaria o Dr. Carrel
falando de você?
2. O Dr. JOSEPH F. MONTAGNE, autor do
livro Perturbações Nervosas do Estômago, disse: “– Não temos úlceras de estômago devido ao que comemos. Temos úlceras de
estômago devido ao que nos está comendo.”
3. O livro em inglês Pare de
Preocupar-se e Viva Melhor, apresenta vários efeitos físicos das
preocupações: não só úlceras do estômago, mas pressão alta, resfriados,
reumatismos, ataques cardíacos, esgotamento físico e nervoso.
A escritora Ellen White, escrevendo
sobre isso, disse: 'Não é o trabalho que mata, é a preocupação'. [2 MCP, 466
(1)]. Com efeito, a preocupação encurta a existência. Ela destrói a vida,
minando a saúde física e mental, destruindo a paz de espírito e
consequentemente a felicidade
III - POR QUE PREOCUPAR-SE?
Por que pagar o alto preço da nossa felicidade e do
nosso vigor físico e mental e de nossa vida? Por que deveríamos nos preocupar?
É lógico isso? Se alguém me ofender, será que ainda vou me matar de
preocupações?
De fato, há
pessoas invulneráveis às
preocupações. Há pessoas que não sofrem desse mal, são capazes de suportar
grandes ofensas, mas não se preocupam.
1. Em uma cidade dos EUA dois
psiquiatras trabalhavam num mesmo prédio e no mesmo andar. Ao terminar o
expediente, os dois tomavam o elevador a fim de alcançar o andar térreo. Ao
entrar no elevador um deles cuspiu na testa do outro. Este, calmamente, tomou o
lenço e se limpou. No outro dia, a mesma cena se repetiu. Entraram no elevador,
um dos psiquiatras cuspiu no rosto do companheiro; este se limpou passivamente.
O ascensorista – o homem que conduzia o elevador –
não podia mais suportar aquilo, furioso, não encontrando uma explicação
satisfatória. No outro dia, os dois entraram, um cuspiu na testa do outro; este
se limpou, sem dizer uma palavra. Mas o cabineiro, o homem do elevador, não
sabia por que um homem cuspia no outro, e o outro sem dizer palavra, limpa o
cuspe.
Chamou aquele homem, vítima das freqüentes
cuspidas, e lhe perguntou: “Por que isso está acontecendo?” O homem disse
simplesmente: “Por que ele me cospe? Não sei. É problema dele.” Este é um caso
muito extremo, mas tem a sua lição: por que estamos tão preocupados com o fato
de os outros serem ruins?
2. Conta-se que roubaram quase
toda fortuna de um homem cristão e, depois do roubo, ele encontrou 4 razões
para agradecer a Deus:
1ª) Foi a 1ª vez que me roubaram. Outros foram
roubados várias vezes.
2ª) Não me roubaram tudo que tenho.
3ª) Não me tiraram a vida.
4ª) Dou graças a Deus ainda, porque não fui eu o
ladrão.
Por que deveríamos nos preocupar? As preocupações
estão matando, elas estão minando a nossa felicidade, a nossa saúde mental e
física, e a própria vida.
Por isso Jesus falou em Mat. 6:25-26, 34:
“25: Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que
haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir.
Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes? 26:
Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros;
contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais
do que as aves?... 34: Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o
amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal.” Não
há necessidade de nos inquietar, preocupar-nos.
IV - COMO VENCER AS NOSSAS PREOCUPAÇÕES?
Deus faz tudo bem, e aqui está o Seu remédio: Filipenses
4:6, 7: “6: Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam
conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com
ações de graças. 7: E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o
vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus.”
Aqui temos a fórmula: Apresentemos as nossas
orações, petições e súplicas “com ações de graças” a Deus. Alguns estão apenas
pedindo e orando por muitas coisas, mas estão esquecendo-se de falar das suas
perplexidades a Deus e, logo a seguir, esquecem de agradecer pelo que já
receberam.
Como podemos evitar a preocupação? 'A única maneira de evitar a
preocupação é levar a Cristo toda e qualquer dificuldade.' [2 MCP, 466(1)]
Vamos levar a Jesus Cristo as nossas dores, desapontamentos e perplexidades.
Deixemos nossos fardos sobre Jesus. Apresentemos a Ele os nossos problemas
intrincados, lançando sobre Ele toda a nossa ansiedade, porque Ele tem cuidado
de nós. E façamos isso com AÇÕES DE GRAÇAS. Vamos substituir as preocupações
pelo perdão. E o resultado será a paz.
CONCLUSÃO
Não é da vontade de Deus que Seu povo ande vergado
ao peso dos cuidados, que estejamos continuamente nos preocupando com alguma
coisa desagradável.
A preocupação torna muito mais pesadas as nossas
cargas. Não façamos jugos para o nosso pescoço com a preocupação.
Não nos preocupemos; pois, assim fazendo, tornamos
muito severo o jugo e pesada a carga.
Façamos tudo o que pudermos, sem nos preocupar.
Confiemos nas palavras de Cristo: 'Tudo quanto pedirdes em oração, crendo,
recebereis' (Mateus 21:22).
Pr. Roberto Biagini
Mestrado em Teologia
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