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domingo, 15 de julho de 2012

Ignorância Espiritual

Severa Reprovação pela Ignorância Espiritual
Nosso texto encontra-se em Hebreus 5:11-14:
“11 A esse respeito temos muitas coisas que dizer e difíceis de explicar, porquanto vos tendes tornado tardios em ouvir.
12 Pois, com efeito, quando devíeis ser mestres, atendendo ao tempo decorrido, tendes, novamente, necessidade de alguém que vos ensine, de novo, quais são os princípios elementaresdos oráculos de Deus; assim, vos tornastes como necessitados de leite e não de alimento sólido.
13 Ora, todo aquele que se alimenta de leite é inexperiente na palavra da justiça, porque é criança.
14 Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal.”
O apóstolo tendo usado a expressão “segundo a ordem de Melquisedeque” (Heb 5:10,up), agora passa a fazer um interlúdio, uma parada, uma pausa, a fim de lembrar que os seus leitores não entenderiam este assunto sem cuidadosa explanação. Sua interrupção tem o objetivo de repreendê-los por sua lentidão e atraso em conhecimento religioso.

I. AS VERDADES DE DEUS SÃO PROFUNDAS
A história do amor de Deus na redenção pode, sem dúvida, ser chamada com propriedade, de “o simples evangelho”; mas, enquanto o Evangelho é simples, ele exibe ao mesmo tempo “a multiforme sabedoria de Deus.” A Bíblia não é meramente um livro simples, mas um livro complexo, uma literatura de profundo alcance. Ela não contém apenas uma mensagem de misericórdia. A Bíblia contém o registro de um longo e gradual processo de desenvolvimento da graça redentora.
A Bíblia pode ser estudada profundamente de muitos diferentes pontos de vista. Por exemplo: Podemos estudar História, Teologia, Moral, Ciência, Eclesiologia, etc. A Bíblia trata, também, com todos os mais profundos e maravilhosos temas tais como a alma humana, o problema do pecado, Deus, a eternidade e imortalidade.
Assim, há alimento espiritual na Escritura Sagrada, para as mentes superficiais e as mais profundas. A Revelação supre não somente “leite” para “crianças em Cristo”, isto é, o alfabeto e os rudimentos do conhecimento religioso, mas “alimento sólido” para “homens maduros”, isto é, material para o mais recôndito estudo do Cristianismo, como um grande e harmonioso sistema da verdade divina.

II. OS CRISTÃOS DIFEREM NO SEU CONHECIMENTO
Vários são os graus e níveis de conhecimento espiritual que encontramos entre os cristãos:
1. Alguns são “bebês”. Há entre nós pessoas que estão passando pelo processo de crescimento inicial, após o Novo Nascimento, que são ainda “crianças em Cristo”. Estes crentes dependem de um leite espiritual, ou os mais simples elementos de instrução religiosa.
2. Outros são “maduros”, e já podem apreciar e digerir alimento sólido da Palavra de Deus. Um cristão desenvolvido que é um diligente estudante da Bíblia alcançará tão firme compreensão da verdade que se tornará qualificado a ser professor, “ensinador” na Igreja (V. 12). Sua eficácia em conhecimento estimulará suas percepções espirituais de tal modo que será capaz de distinguir “entre o bem e o mal” (v. 14), o certo e o errado em doutrina. Não se abalam quando surgem outras alternativas de doutrinas falsas. Não abandonam a igreja por motivo de conhecimento espiritual; pelo contrário, é mesmo por isso que permanecem firmes.
3. Há muitos que são doentes. Espiritualmente, estão doentes. Não possuem saúde espiritual. Não está havendo crescimento. O apóstolo Paulo repreende aos seus leitores  hebreus por terem se tornado tais, como um resultado de sua desconsideração às leis de saúde espiritual. Haviam se passado muitos anos desde que eles tinham aceito o Cristianismo e, por esse tempo, eles deveriam ter se tornado adultos em conhecimento cristão – rápidos de compreensão em relação aos mais altos píncaros da verdade.
Entretanto, de sua capacidade de assimilar o “alimento sólido” da Palavra, eles tinham degenerado à fraqueza e invalidez espiritual. Eles ouviam o Evangelho indolentemente. O “alimento sólido” que eles tinham uma vez apreciado agora os levava às misérias da dispepsia. Eles não poderiam digerir nada senão “leite” evangélico.
Em nosso próprio tempo, também, há muitos cristãos doentes. Quantas multidões freqüentam a igreja por muitos anos, e contudo nunca vão além do que se ensina na lição da Escola Sabatina! E quantos ainda nem mesmo chegam a esse conhecimento! Quantos, embora sejam pessoas inteligentes, são completamente ignorantes da estrutura orgânica da Bíblia! Quantos há que demonstram completa falta de vivo interesse nas doutrinas e verdades do Novo Testamento.

III. RAZÕES DO CONHECIMENTO DEFEITUOSO
Há algumas razões por que o conhecimento religioso de muitos cristãos é tão defeituoso. Os hebreus eram “tardios em ouvir” porque eles estavam divididos no coração entre Cristianismo e Judaísmo, e porque eles estavam cercados com tentações para apostatar de uma fé que os tinha envolvido em tal tribulação.
Agora, nossas tentações são substancialmente semelhantes. Nossos corações são propensos a tentar servir a Deus e às riquezas, e somos tentados a evitar muito íntima familiaridade com uma religião fiel e exata que demanda de nós sérios sacrifícios.
Em adição a estas razões fundamentais, há outras razões que podem ser indicadas, como seguem:
1. A Falta de estudo dedicado da Bíblia. A pressa de nossa geração age ao lado da ignorância espiritual. Outros estudos e interesses estão no topo de nossas prioridades: nossos negócios, políticas, literaturas, filosofia, ciência, artes, etc. Assim, muitos cristãos não leem a Bíblia sistematicamente, ou com suficiente esforço intelectual. O Antigo Testamento é para suas mentes como o deserto do Saara. Talvez o interesse deles esteja apenas em alguns textos isolados, a parte do escopo da passagem em que eles ocorrem.
2. Negligência de instrução dos pais. Os pais estão convocados por Deus a lançar as sementes da verdade nas mentes e corações  de seus filhos. Onde quer que este dever seja geralmente negligenciado, as gerações seguintes só podem continuar como infantes espirituais.
Mas, desde Moisés, sabemos que Deus nos orientou para que, como pais, venhamos a incutir a palavra do amor de Deus no coração de nossos filhos (Dt 6: 6-7): “6 Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração; 7 tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te.”
3. Irregularidade na freqüência à igreja. (Hb 10:25). Ir à igreja não é tudo na religião, mas, como isto é uma ordenança divinamente apontada, o homem não pode esperar crescer em graça e no conhecimento cristão sem isso. Portanto, “não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto mais quanto vedes que o Dia se aproxima.”
4. Pregações sem edificação. A exposição consecutiva da Escritura do púlpito, quando sábia e habilmente feita, treina o povo à “experiência da Palavra da justiça” (v. 13). No entanto, a congregação que não recebe a instrução adequada se ajusta a ser “tardios de ouvir”. Não são alimentados. Não são treinados a levar a sério a Palavra da vida. Julgam que esses momentos da pregação são apenas mais uma formalidade que pode ser passada por alto. Esta responsabilidade repousa sobre os pregadores. Jeremias 48:10:  “Maldito aquele que fizer a obra do SENHOR relaxadamente!”. Muitas almas estão com sede da verdade cristalina, do “alimento sólido” para fortalecer a vida espiritual, e, no entanto, muitas vezes saem vazios das igrejas, decepcionados com pregações fracas que só contém o leite espiritual para crianças espirituais.
5. Má concepção do conhecimento espiritual. Muitos não podem avaliar quão adequado é o conhecimento religioso. Muitas pessoas boas julgam que, tendo aprendido e abraçado o “simples Evangelho”, elas concluíram a sua educação espiritual. Elas amam uns poucos textos favoritos que expressam “os princípios elementares” (v. 12), e ficam contentes em deixar o resto da Bíblia intocável. Consideram uma virtude apreciar somente a “pregação evangelística”, e parecem mesmo orgulhosos de ocupar sempre somente a primeira série na Escola de Cristo.
Mas o fruto de sua negligência da verdade em seus mais altos e mais profundos e mais amplos aspectos torna-se evidente na imperfeição de seu caráter espiritual, e em sua falta de progresso em direção à perfeição cristã.

IV. A IMPORTÂNCIA DE ÍNTIMO CONHECIMENTO    
Há uma grande importância de um íntimo conhecimento da verdade cristã.
1. Reverência a Deus requer isso. O Senhor não deu qualquer porção de Sua Palavra para ficar em vão. Cristãos inteligentes desonram a Deus quando eles não buscam a Palavra que nos faz habilitados para a perfeição do caráter. Cristãos que se levantam na hora da pregação para ir embora, estão negando a sua fé, e dando as costas para Deus e Sua Palavra. É irreverência misturada com arrogância.
2. O dever à nossa própria alma requer isso. Se nós não devemos nos tornar anões, mas, sim, gigantes espirituais, homens plenamente amadurecidos; então, devemos pesquisar as Escrituras. Se nós queremos ser verdadeiramente felizes e prósperos, devemos “meditar na Lei de Deus de dia e de noite”. 
3. Utilidade para os outros requer isto. Cristãos que tem se tornado estabelecidos, firmados em conhecimento e graça, servirão ao Senhor Jesus como ensinadores, professores, (v. 12), a fim de ensinar aos outros o caminho da verdade. Os cristãos devem estar “sempre preparados para responder a todo aquele que nos pedir razão da esperança que há” em nós (1Pe 3:15). Eles não vão chamar o pastor para fazer isso. Eles mesmos vão ensinar o que é a verdade e a esperança. Eles vão saber pegar a Bíblia e dar um estudo sobre os fundamentos cristãos. São maduros para isso e para isso se prepararam.
CONCLUSÃO
A BÍBLIA DE MARY JONES - Bíblias eram escassas no País de Gales em 1794. As poucas disponíveis para venda eram tão caras que somente pessoas muito abastadas podiam adquirir uma. Embora a família Jones fosse pobre, eles não impediram Mary de pesquisar as Escrituras.
Um dia ela caminhou mais de três quilômetros até a casa de uma família conhecida e timidamente pediu: "Por favor, pos­so ler sua Bíblia só por um pouquinho de tempo?"
"Certamente, minha filha", a esposa do fazendeiro respondeu. "Entre".
A mulher conduziu Mary para o melhor aposento da casa onde a Bíblia ocupava lugar de honra. Então quietamente saiu en­quanto Mary ficou só com uma Bíblia, pela primeira vez em sua vida.
Com a respiração suspensa tão grande era o seu excitamento, Mary ergueu a toalha que cobria a Bíblia e colocou-a a seu la­do. Com mãos trêmulas ela abriu o grande livro. Por acaso abriu-o em João 5, e leu as palavras de Jesus: "Examinai as Escrituras."
Sim, eu o farei!" Ela exclamou em prantos. "Oh, se tão somente eu tivesse uma Bíblia só minha!"
Seis anos mais tarde Mary caminhou descalça cerca de 44 qui­lômetros até à cidade de Bala onde se vendiam Bíblias. Em seu bolso ela levava o dinheiro que havia economizado. Mary foi direto à casa do Pastor Thomas Charles que possuía os únicos exemplares de Bíblia galeses para venda.
"Sinto muito", o pastor explicou, "mas todas as Bíblias que tenho já estão reservadas."
Mary não conseguia crer no que ouvia! Ela começou a chorar como se seu coração estivesse partido. Lágrimas encheram os olhos do pastor Charles, também.
"Você terá a sua Bíblia", ele disse, entregando-lhe um de seus exemplares reservados.
Dois anos mais tarde o pastor Charles contou a história de Mary em Londres e pediu que uma sociedade para distribuição de Bíblias fosse criada para que as Escrituras circulassem entre o povo galês.
"Por que somente o País de Gales?" alguém indagou. "Por que não para o mundo todo?"
Foi assim, em virtude do grande desejo de Mary de possuir uma Bíblia, que se criou a Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira no dia 7 de março de 1804.
Hoje muitas pessoas po­dem ler a Bíblia em sua própria língua. Certamente você possui uma. Não gostaria de tomar a decisão de ler a sua Bíblia com mais frequência e fidelidade?

Pr Roberto Biagini
Mestrado em Teologia

sexta-feira, 13 de julho de 2012

O Espirito Santo-

O Espírito Santo e a Sabedoria de Deus
Estamos aqui reunidos para conhecermos mais a Deus e a Jesus Cristo, iluminados pelo Espírito Santo. E eu quero tratar de um assunto que não promete ser muito fácil, mas nós também precisamos de um alimento sólido, para podermos nos fortalecer em nossa vida espiritual.

Como podemos ter mais conhecimento de Deus? Como podemos conhecer mais a Jesus Cristo e ao Espírito Santo? Como podemos conhecer mais da Divindade? Podemos conhecer a Deus pelo que conhecemos do homem? Será que eu posso desvendar a Deus olhando para mim mesmo?
O apóstolo responde a isso em 1Cor. 2. Há 4 palavras que se destacam aqui: Pregação, Predestinação, Providência e Poder
I – PREGAÇÃO
Paulo foi um dos maiores pregadores da igreja primitiva. E ele garante que o conteúdo de sua pregação era a sabedoria.

Ele começa a epístola de 1Coríntios falando de sabedoria. No capítulo 2, ele diz no v. 1: "Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria." Ele não chegou à cidade grega de Corinto como ele foi a Atenas onde expôs a sabedoria humana com palavras escolhidas, "com ostentação de linguagem" para pregar o Evangelho, baseado numa dialética oratórica.
Ele diz no v. 2, qual era a grande sabedoria que ele levou aos coríntios: "Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado." Ele sabia que sua pregação teria muito êxito se fosse baseada na Cruz de Cristo.

Esta é a sabedoria de Deus: a Cruz do Calvário, onde Cristo derramou o Seu precioso sangue para nos salvar do pecado. Este é o poder de Deus, que deve adornar a todos os sermões.
Com efeito, a sabedoria da Cruz é a maior fonte de inspiração para os pregadores que querem ganhar almas para o reino de Deus. A Cruz é o centro do Evangelho e do conhecimento de Deus. É a própria sabedoria divina, o poder de Deus para a salvação de pecadores.

II – PREDESTINAÇÃO

Mas esta sabedoria foi predestinada por Deus: 1Cor. 2:7-9: "Mas falamos a sabedoria de Deus em mistério, outrora oculta, a qual Deus preordenou desde a eternidade para a nossa glória; sabedoria essa que nenhum dos poderosos deste século conheceu; porque, se a tivessem conhecido, jamais teriam crucificado o Senhor da glória; mas, como está escrito: Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam."
Há aqui 5 palavras que descrevem a sabedoria verdadeira:
1- Misteriosa: esta é uma sabedoria misteriosa. O Evangelho é pleno de mistérios: há o mistério de Deus, de uma Trindade de pessoas na essência divina; o mistério de Cristo, e da Encarnação no ventre de uma virgem; o mistério do Espírito Santo. A Cruz é um outro mistério que será estudado por toda a eternidade.
2- Oculta: Antes, antigamente, outrora, a sabedoria de Deus estava oculta dos anjos, dos milhões de mundos espalhados pelo universo, e nós também nada sabíamos dela. Esta sabedoria estava oculta na mente de Deus em Cristo Jesus.
3- Preordenada: Portanto, a sabedoria foi predestinada desde a eternidade, e será desvendada através da eternidade. Antes que nós tivéssemos existido, antes da Criação do mundo, a sabedoria já estava prevista. Deus sabia que Adão e Eva logo após à sua criação, haveriam de pecar. O Concílio Celeste se reuniu para traçar o plano; houve uma predestinação: Se Adão caísse em pecado e desobediência, então, Cristo haveria de morrer para salvar o homem de seu pecado.
 Desde quando foi predestinada? "Desde a eternidade", disse Paulo. É por isso que lemos no Apocalipse que Jesus é o "Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo" (Apo. 13:8). No Concílio Celeste, a Cruz foi predeterminada. E todos os que aceitassem esta sabedoria seriam salvos: esta é a predestinação na Bíblia.
4- Desconhecida: Os poderosos, os príncipes daquele século, como César, Pilatos, Herodes, Anás e Caifás não conheciam a sabedoria de Deus, porque se a tivessem conhecido, disse o apóstolo que jamais teriam crucificado o "Senhor da glória". Cristo mesmo confirmou isso ao dizer: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Luc. 23:34).

Mas, e se eles conhecessem a sabedoria e não tivessem crucificado a Cristo, como poderíamos nos salvar? E como poderiam eles conhecer a sabedoria que estava oculta, em mistério? E se Judas não traísse a Jesus? Felizmente, esta é uma questão para Deus, e não para nós. O conhecimento estava disponível, os profetas anunciaram, mas eles ainda a desconheciam.

Mas se os líderes judeus não tivessem crucificado a Cristo, Deus acharia um outro meio para que Cristo levasse os nossos pecados, derramando o Seu sangue. Isso poderia acontecer com os inimigos de Israel, que poderiam matar o seu Príncipe da paz, na última grande guerra de Gogue e Magogue. Então, Ele haveria de ressuscitar e vir em glória, para libertar o verdadeiro Israel. Mas não existe um plano B, um segundo plano, porque Deus previu a tudo e sabia que tudo iria se cumprir de acordo com o que fora previsto.

5- Inimaginada: Jamais penetrou no coração humano aquilo que Deus predestinou e preparou para aqueles que O amam. Os olhos não viram, os ouvidos não ouviram, jamais se imaginou uma sabedoria tão fantástica como esta. A Cruz foi a maior demonstração da sabedoria de Deus. Nem Satanás podia imaginar, que Deus fosse capaz de um amor tão grande como o que foi demonstrado na Cruz; mesmo ele foi pego de surpresa. Nem Satanás podia conceber que Deus entregasse o Seu Único Filho para morrer por nós.

Mas, se a sabedoria estava escondida, em mistério, desconhecida, era inimaginada, qual foi a providência de Deus?

III – PROVIDÊNCIA
1Cor. 2:10-11: "Mas Deus no-lo revelou pelo Espírito; porque o Espírito a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus. Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o seu próprio espírito, que nele está? Assim, também as coisas de Deus, ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus.". Deus revelou a sabedoria: não é mais segredo o amor de Deus através da Cruz de Cristo.
Esta é a Revelação da Sabedoria: aquilo que estava oculto em mistério, Deus nos revelou. Como isso foi revelado? Através do Espírito Santo. Mas alguém poderia perguntar: Por que foi revelado pelo Espírito? E Paulo responde: porque é somente o Espírito que tem poder para fazer isso. Ele perscruta até as profundezas de Deus. Portanto, Ele pode revelar os Seus segredos, aquilo que está no próprio coração divino.
Mas alguém ainda poderia pedir: Paulo, pode nos dar uma ilustração disso que você está dizendo? E ele como era um verdadeiro pastor que desejava que a sua igreja entendesse bem o que ele escrevia, disse no verso 11: "Porque qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o seu próprio espírito, que nele está? Assim, também as coisas de Deus, ninguém as conhece, senão o Espírito de Deus.".
O que diz o texto? Disse que a sabedoria foi revelada pelo Espírito de Deus assim como as coisas do homem são reveladas pelo seu próprio espírito. "O espírito do homem não sabe as coisas do homem? Pois assim também o Espírito de Deus conhece as coisas de Deus".

Duas Premissas Verdadeiras e uma Conclusão Falsa

É mais difícil explicar uma coisa difícil, quando a ilustração usada para esclarecer é usada para trazer confusão e distorcer as coisas. Esse texto do v. 11 é a própria base dos dissidentes, que não aceitam a doutrina da Trindade. Esse texto está sendo mal interpretado.

Eles dizem o seguinte: "O Espírito de Deus é igual ao espírito do homem: assim como o homem tem um espírito dentro dele, Deus o Pai tem um espírito dentro dele, também. E assim como o espírito do homem não é uma outra pessoa, assim ocorre com o Espírito de Deus. Portanto, está desfeita a Trindade, e não temos três Pessoas divinas, mas duas: o Pai e o Filho, e cada um com o seu próprio espírito. Conclusão: o Espírito Santo não é uma Pessoa e não é Deus."

Este pensamento se parece com o seguinte raciocínio:
1ª premissa: O espírito do homem sabe das coisas do homem.

2ª premissa: O Espírito de Deus sabe das coisas de Deus.

Conclusão: O Espírito de Deus tem a mesma natureza que o espírito do homem.

E daí partem outras conclusões: Se o espírito do homem é apenas uma faculdade, o Espírito de Deus não pode ser uma pessoa; não deve passar de faculdade também, um poder ou uma influência. Ou seja: Duas premissas verdadeiras, mas conclusões falsas, porque estas não estão baseadas naquelas (premissas).

Seria isso verdade? O que você diria se lhe apresentassem esse texto, com toda essa argumentação? Muitos estão deixando a verdade, e seguindo fábulas, inventadas pela lógica humana, pelos sofismas da sabedoria humana, desconhecendo a revelação divina. Parece até atrativo esse tipo de ensino, mas peca pela simplicidade e desconhecimento de verdades mais profundas do que está na superfície. Deus não parece ser tão fácil de entender assim como é ensinado.

Quais são as implicações desta passagem? O que ela ensina sobre o espírito do homem? Poderíamos dizer de acordo com esse verso que o Espírito de Deus é igual ao espírito do homem? Seria o Espírito Santo uma parte de Deus o Pai? Poderíamos afirmar que o Espírito de Deus não é uma Pessoa, baseados nas palavras do apóstolo?  

Natureza versus Função

Uma análise mais profunda do texto mostrará que a analogia feita pelo apóstolo não é sobre os dois tipos de espírito e sua existência, mas sobre o encargo de ambos.

A chave para uma compreensão simples, mas abarcante e profunda, é percebermos que Paulo não está falando de natureza, mas de função. Ele não está enfatizando a natureza do Espírito de Deus como se estivesse em igualdade ao espírito do homem. Ele está realçando a função de ambos, a fim de chegar à outra conclusão, ou seja: que é pelo Espírito de Deus que recebemos a verdadeira sabedoria. 

O sábio Salomão fez uma comparação entre o espírito do homem e o espírito dos animais, quanto à sua natureza. Ele disse que todos têm o "mesmo espírito", ou fôlego (rûach, no hebraico - Ecl. 3:19-21), e discorreu sobre a volatilidade, ou seja, se era natural o espírito subir ou descer. E respondeu à sua própria questão no final de seus discursos (Ecl. 12:7). 

Mas se Salomão compara o espírito do homem com o dos animais, em sua natureza, Paulo compara o espírito do mesmo homem com o Espírito de Deus, em sua função. Em nosso texto, o apóstolo não diz, como disse o sábio, que se trata do "mesmo espírito". Paulo diz, pelo contrário, que se trata da mesma função, respeitadas as proporções, é claro.

Ele faz uma comparação entre o espírito do homem e o Espírito de Deus, não em sua natureza, mas na função de ambos. Portanto, a conclusão exata, baseada nas premissas é: O espírito do homem como o Espírito de Deus têm a capacidade intelectual de penetrar nas coisas profundas e ocultas, respectivamente; ou seja, eles têm a mesma função, não a mesma natureza.

Se Paulo tivesse feito sua comparação em termos da natureza do Espírito, certamente ele teria dito algo nesse sentido, mas isso ele não fez. Como poderíamos conhecer a Deus baseados no que sabemos do homem? Como seria Deus comparado com "o homem cujo fôlego está no seu nariz?" (Isa. 2:22). Seria comparar o incomparável, o finito com o Infinito, o mortal com o Imortal, o volátil com o Eterno (Heb. 9:14). A mera admissão do espírito quanto à função existente não declara a igualdade inexistente de sua natureza.



A Analogia de Paulo

Paulo faz uma analogia perfeita. Aproximemo-nos do texto, separando as duas cláusulas em várias partes. Ele diz o seguinte em termos comparativos: 1ª cláusula:"Qual dos homens sabe as coisas do homem?" Resposta 1: nenhum homem sabe. Resposta 2: o espírito do homem ("que nele está"), esse sabe. Temos na 2ª cláusula: Quem conhece as coisas de Deus? Resposta 1: "Ninguém" conhece. Resposta 2: O Espírito de Deus conhece.

1) O que aprendemos acerca do "espírito do homem" nesse texto?

1- O espírito é propriedade dele. É o espírito do homem, é dele; cada homem tem um espírito.

2- O espírito está dentro dele. As palavras "nele está" indicam que está dentro dele, porque foi formado na Criação (Zac. 12:1; Gên. 2:7). Ademais, o espírito não é uma pessoa, pois está dentro da própria pessoa do homem, e faz parte de sua constituição.

3- O espírito tem poderes intelectuais. Paulo também afirma que o espírito do homem aqui referido é capaz de percepção intelectual, pois sabe as coisas do homem. Portanto, o espírito do homem neste verso é diferente de um simples fôlego porque é a sua própria mente.

2) O que aprendemos acerca do "Espírito de Deus" nesse texto?

1- Paulo afirma que Ele é uma propriedade de Deus, pois é definido como sendo "de Deus"; não simplesmente "do Pai", como se o Espírito fosse propriedade exclusiva dEle; o que ele diz é que o Espírito é "de Deus", o que significa pertencente à Divindade. 

2- O Espírito Santo está dentro da Divindade. Outra verdade implícita por analogia, é que assim como o espírito do homem "nele está" (v. 11), o Espírito está em Deus;não simplesmente "no Pai", mas dentro da Divindade. Paulo teve o cuidado de evitar a expressão "que nEle está", referente ao Espírito, para que não pensássemos que Ele era idêntico ao espírito do homem, que está dentro dele mas que não é uma pessoa, por não ser verdade. Tampouco deveríamos pensar que Ele fizesse parte da constituição do Pai, algo impessoal que estivesse no interior da Pessoa do Pai. Entretanto, sem deixar de ser uma Pessoa, o Espírito está em nós (João 14:17), nós estamos em Cristo, e Cristo está no Pai (João 14:20); e agora aprendemos analogicamente, que o Espírito está em Deus (1Cor. 2:11).

3- Vemos também que o Espírito tem percepção intelectual, pois conhece os segredos divinos, penetra "até às profundezas de Deus" (v. 10). Há aqui uma semelhança com o espírito do homem, mas não uma igualdade. O Espírito de Deustem uma mente (Rom. 8:27), enquanto que o espírito do homem é uma mente. De acordo com o contexto mediato e imediato, Ele não pode ser confundido com a própria mente, porque é uma Pessoa consciente, Alguém que possui capacidades intelectuais. Só isso já indica o fato de Sua personalidade.

Ora, isto nos leva a outras conclusões: Se o Espírito faz parte da Divindade, porque está em Deus, e é de Deus, isso fortalece claramente o ensino de Sua personalidade, porque o texto não diz que Ele é parte do Pai, e isto sugere que Ele deve ser uma Pessoa independente. E se conhece e perscruta todas as coisas de Deus, Ele é onisciente, pois esta é a própria definição de onisciência. Mas se Ele é onisciente, é também plenamente divino, e portanto, Deus, porque nada menos do que Deus pode penetrar e perscrutar a Deus.

Portanto, o que Temos Recebido?

O verso 12 responde  a esta pergunta. V. 12: "Ora, nós não temos recebido o espírito do mundo, e sim o Espírito que vem de Deus, para que conheçamos o que por Deus nos foi dado gratuitamente."

O que temos recebido pela providência de Deus?

1- "Não temos recebido o espírito do mundo": o espírito do mundo é o diabo, que é "o deus deste século que cegou o entendimento dos incrédulos para que não lhes resplandeça a luz do Evangelho da glória de Cristo" (2Cor. 4:4). Muitos estão recebendo o espírito do mundo, estão recebendo ao próprio Satanás com suas falsas filosofias, falsas teses e falsos conselhos, e deixando uma tendência para desobedecer a Deus.

2- Mas temos recebido "o Espírito que vem de Deus". Com que objetivo? "para que conheçamos o que nos foi dado por Deus gratuitamente". Sem essa providência, sem o Espírito Santo nada saberíamos da salvação, da justificação e do perdão, e da recompensa que nos será dada no final de todas as coisas.

3- Paulo continua ampliando e agora apresenta o método, no v. 13: "Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais.". "Disto também falamos". Ele havia falado das coisas dadas gratuitamente: a Salvação e a Vida eterna, "não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito".

Aí está a providência divina: o grande Professor que nos ensina a Verdade é o Espírito Santo. Muitos se assentaram aos pés de Aristóteles, Sócrates e Platão. Mesmo o apóstolo Paulo se assentou aos pés de Gamaliel, mas depois desistiu dele para se assentar aos pés de seu grande Professor divino, o Espírito de Deus.
De que modo nos ensina? "Conferindo coisas espirituais com espirituais", comparando um texto da Bíblia com outro texto bíblico, você pode ver como se desdobra a verdade.

IV – PODER 
1Cor. 2:14-16: " Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.  Porém o homem espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém. Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo.".
Agora é uma questão de poder. O homem pode ou não pode.
1- O homem natural não pode entender as coisas do Espírito de Deus. Mas alguém vai perguntar: Por que ele não pode? Porque elas "se discernem espiritualmente"; por mais que ele se esforce, por mais que ele queira, ele não pode entender. E, como resultado, ele não as aceita.

No início do meu ministério, tive oportunidade de falar com pessoas de intelecto, na cidade de Rio Branco, no Acre. Lembro-me que falei com alguns engenheiros sobre a verdade e lhes apresentei os pontos mais impressionantes da profecia de Daniel, julgando eu que pela posição de engenheiros e intelectuais, eles receberiam a verdade com alegria. Mas eles não entenderam a verdade e a rejeitaram. Mas por que eles não entenderam? Porque lhes parecia uma "loucura", porque as verdades divinas "se discernem espiritualmente". Então, eles não puderam entender. É uma questão de poder ou não poder.

2- Mas o homem espiritual pode fazer algumas coisas que o homem natural não pode. Ele pode julgar todas as coisas espirituais, ele pode entender as coisas espirituais porque elas se entendem de modo espiritual, e isso é algo que ele pode fazer: ele entende e julga as coisas desta vida espiritual, "mas ele mesmo não é julgado por ninguém" adequada e corretamente. Mas por que ele pode entender e julgar? É porque ele tem a mente de Cristo.
3- Como adquirimos esse poder em nossa vida? A mente de Cristo é o maior poder na vida de um cristão. Ele adquiriu esse poder através do Espírito Santo que nos foi dado para que entendêssemos as coisas que se discernem espiritualmente e que nos foram dadas de modo gratuito.
Mas isso só será dado a quem buscar: "Buscar-Me-eis e Me achareis, quando Me buscardes de todo o vosso coração" (Jer.  29:13). Buscamos a Deus por meio de duas coisas: (1) pela Oração: nós falamos a Deus; e (2) pela Bíblia: Deus fala a nós. Para que isso seja possível, o Espírito Santo nos fala em nossa mente, e "testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus" (Rom. 8:14). E assim mantemos uma verdadeira comunhão com Cristo. E como resultado, depois de ter um contato com a Fonte espiritual, nós nos tornamos espirituais e podemos ter a mente de Cristo.

Temos uma revelação da mente de Cristo pelas Suas Obras e pelos Seus Conselhos, pela Sua Pregação, pelos Milagres, e pelo Seu grande Sacrifício.

Temos nós a mente de Cristo? Você tem a mente de Cristo? Ou estamos buscando a mentalidade mundana? Não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito de Deus. Mas qual é a inclinação da sua mente?
CONCLUSÃO
Vimos, portanto, nesse capítulo a PREGAÇÃO, a PREDESTINAÇÃO, a PROVIDÊNCIA e o PODER. Vamos dar mais valor e buscar a esta PREGAÇÃO da sabedoria de Deus, a Cruz de Cristo, a qual nos foi PREDESTINADA "desde a eternidade para a nossa glória", através da PROVIDÊNCIA de Deus que nos deu oPODER do Seu Espírito Santo para conhecermos tudo o que nos foi dado gratuitamente.

E aqui poderíamos terminar como Paulo terminou a sua 2ª epístola aos coríntios, confirmando a doutrina da Trindade, e nos levando a uma consagração mais próxima da Divindade: "A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão doEspírito Santo sejam com todos vós." (2Co 13:14).

Roberto Biagini
Mestrado em Teologia

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Preocupação

A Grande Assassina
Há algum tempo um homem tocou a campainha da casa do seu vizinho e insistiu para que o dono da casa se vacinasse contra a varíola, juntamente com a família toda.

Ele era apenas um dos milhares voluntários que estavam tocando campainhas por toda a cidade de Nova York. Gente assustada permanecia em filas durante várias horas para ser vacinada. Foram abertos postos de vacinação em toda parte. Mais de 2.000 médicos e enfermeiras trabalhavam dia e noite vacinando a multidão.

Qual a causa de todo esse nervosismo? É que oito pessoas, na cidade de Nova York, estavam atacadas de varíola, e duas tinham morrido. Duas mortes, numa população de 8 milhões. Um homem e milhares de outros igualmente tocando a campainha das casas por causa de duas pessoas mortas pela varíola.

Não queremos hoje tocar a campainha de suas casas para alertar a vocês contra o perigo de doenças físicas, mas de uma doença que durante os últimos 50 anos constitui-se num perigo 10.000 vezes maior do que simples doenças físicas. Ainda não vimos nenhum tocador de campainhas alertar as grandes multidões sobre o perigo dessa doença de que trataremos hoje.

E, no entanto, nos EUA, de cada 10 pessoas que lá vivem, uma é atacada de colapso nervoso, cansado por essa doença tão perigosa. Alexis Carrel, o grande vencedor do prêmio Nobel de Medicina, afirmou: “Os homens de negócios que não sabem como combater as preocupações, morrem jovens.” E também as donas de casa, os veterinários, os pedreiros, padeiros, eletricistas; todos. A preocupação, a inquietação, a ansiedade podem nos levar cedo à sepultura. 

I - MAS O HOMEM MODERNO VIVE PREOCUPADO

Sim, o homem moderno vive permanentemente preocupado com os seus problemas. O homem de hoje se inquieta, se preocupa, se agita com toda sorte de problemas:

PROBLEMAS POLÍTICOS: Qual será o destino de nossa nação?

PROBLEMAS ECONÔMICOS: Com o trabalho, com as dívidas, com o desemprego, os baixos salários. Como vamos enfrentar a inflação?

PROBLEMAS SOCIAIS: A crítica, a ingratidão dos outros, os ciúmes e a inveja.

PROBLEMAS ESPIRITUAIS: os pecados passados, a insegurança religiosa, a falta de fé, o temor de não se salvar.

1. Conta-se de uma jovem de 15 anos que estava preocupada, intensamente ansiosa, com receio de não se casar.

2. Outros se preocupam com o câncer, embora as possibilidades de que venham a ser vítimas desta terrível doença  sejam muito remotas.

3. Um menino vivia numa fazenda de Missouri; era um garoto, mas cheio de complexos, já sofria de preocupações. Quando havia trovoada, ele ficava aflito – com medo de ser fulminado por um raio.

– Se os tempos estavam difíceis, preocupava-se, com receio de não ter o que comer.

– Preocupava-se com medo de ir para o inferno, após a morte.

– Sentia-se horrorizado ao pensar em Sam White, outro garoto mais velho que lhe pudesse cortar as orelhas, como ameaçava fazer.

– Vivia aflito, com receio de que as meninas rissem dele.

– Sofria com medo de que nenhuma garota pudesse casar com ele, quando fosse maior.

– Preocupava-se com o que diria à esposa logo depois do casamento.

Certo dia, em que ajudava sua mãe a colher cerejas, pôs-se o menino a chorar. Sua mãe lhe perguntou: “Meu filho, por que é que você está chorando?” Ele disse: “Estou com medo de ser enterrado vivo, quando morrer!”

– Medo de ser enterrado vivo!

4. Outros se preocupam com o dinheiro. Segundo uma enquete feita por um famoso jornal nos EUA, 70% das nossas preocupações são de origem econômica, preocupações por causa do dinheiro.

5. Há outros que se ressentem pela ingratidão das pessoas a quem prestam favores, como se eles fossem tão importantes para merecer gratidão, mais que Jesus.

6. Muitos se preocupam com o que os outros dizem deles; a crítica de amigos e inimigos constitui-se na sua maior preocupação. Vivem cheios de ódio e ressentimentos.

II - MAS O QUE FAZ A PREOCUPAÇÃO?

QUAIS OS SEUS EFEITOS?

Quais são os resultados? Qual é o malefício?

Por que devemos advertir-nos contra esse terrível mal?

Por que a preocupação encurta a vida?

Hoje, queremos tocar a sua campainha para advertir a você do grande perigo que ameaça a todos quantos se deixam vencer pelas preocupações, inquietudes, ansiedades, conflitos interiores.

1. O Dr. O.F. GOBER, médico-chefe de uma Associação Hospitalar dos EUA, disse: “– 70% dos pacientes que procuram médicos poderiam curar-se livrando-se dos seus temores e das suas preocupações.”

Notaram bem? Há muitas pessoas com as mais variadas doenças que vão procurar uma cura através de receitas de médicos, gastam fortunas em remédios e tratamentos... E, no entanto, poderiam evitar tudo isso, caso deixassem de se preocupar.

O motivo principal de suas doenças são as suas preocupações. A causa dos seus males é inquietude. Mas não são doenças imaginárias, não! São doenças reais, todas constatadas pelos mais famosos médicos, doenças reais causadas por preocupações muitas vezes irreais.

E quais seriam essas doenças? O Dr. GOBER continua: “Refiro-me a doenças tais como indigestões nervosas, úlceras do estômato, perturbações cardíacas, insônia, dores de cabeça e alguns tipos de paralisia.” Esta é a realidade: a preocupação está encurtando a vida de muita gente boa. Por isso, Alexis Carrel disse: “Os homens de negócios, ou seja, todos os homens que não sabem combater as preocupações morrem jovens.” Estaria o Dr. Carrel falando de você?

2. O Dr. JOSEPH F. MONTAGNE, autor do livro Perturbações Nervosas do Estômago, disse: “– Não temos úlceras de estômago devido ao que comemos. Temos úlceras de estômago devido ao que nos está comendo.”

3. O livro em inglês Pare de Preocupar-se e Viva Melhor, apresenta vários efeitos físicos das preocupações: não só úlceras do estômago, mas pressão alta, resfriados, reumatismos, ataques cardíacos, esgotamento físico e nervoso.

A escritora Ellen White, escrevendo sobre isso, disse: 'Não é o trabalho que mata, é a preocupação'. [2 MCP, 466 (1)]. Com efeito, a preocupação encurta a existência. Ela destrói a vida, minando a saúde física e mental, destruindo a paz de espírito e consequentemente a felicidade

III - POR QUE PREOCUPAR-SE?

Por que pagar o alto preço da nossa felicidade e do nosso vigor físico e mental e de nossa vida? Por que deveríamos nos preocupar? É lógico isso? Se alguém me ofender, será que ainda vou me matar de preocupações?

De fato, há pessoas invulneráveis às preocupações. Há pessoas que não sofrem desse mal, são capazes de suportar grandes ofensas, mas não se preocupam.

1. Em uma cidade dos EUA dois psiquiatras trabalhavam num mesmo prédio e no mesmo andar. Ao terminar o expediente, os dois tomavam o elevador a fim de alcançar o andar térreo. Ao entrar no elevador um deles cuspiu na testa do outro. Este, calmamente, tomou o lenço e se limpou. No outro dia, a mesma cena se repetiu. Entraram no elevador, um dos psiquiatras cuspiu no rosto do companheiro; este se limpou passivamente.

O ascensorista – o homem que conduzia o elevador – não podia mais suportar aquilo, furioso, não encontrando uma explicação satisfatória. No outro dia, os dois entraram, um cuspiu na testa do outro; este se limpou, sem dizer uma palavra. Mas o cabineiro, o homem do elevador, não sabia por que um homem cuspia no outro, e o outro sem dizer palavra, limpa o cuspe.

Chamou aquele homem, vítima das freqüentes cuspidas, e lhe perguntou: “Por que isso está acontecendo?” O homem disse simplesmente: “Por que ele me cospe? Não sei. É problema dele.” Este é um caso muito extremo, mas tem a sua lição: por que estamos tão preocupados com o fato de os outros serem ruins?

2. Conta-se que roubaram quase toda fortuna de um homem cristão e, depois do roubo, ele encontrou 4 razões para agradecer a Deus:

1ª) Foi a 1ª vez que me roubaram. Outros foram roubados várias vezes.

2ª) Não me roubaram tudo que tenho.

3ª) Não me tiraram a vida.

4ª) Dou graças a Deus ainda, porque não fui eu o ladrão.

Por que deveríamos nos preocupar? As preocupações estão matando, elas estão minando a nossa felicidade, a nossa saúde mental e física, e a própria vida.

Por isso Jesus falou em Mat. 6:25-26, 34: “25: Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes? 26: Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves?... 34: Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal.” Não há necessidade de nos inquietar, preocupar-nos.

IV - COMO VENCER AS NOSSAS PREOCUPAÇÕES?

Deus faz tudo bem, e aqui está o Seu remédio: Filipenses 4:6, 7: “6: Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graças. 7: E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus.”

Aqui temos a fórmula: Apresentemos as nossas orações, petições e súplicas “com ações de graças” a Deus. Alguns estão apenas pedindo e orando por muitas coisas, mas estão esquecendo-se de falar das suas perplexidades a Deus e, logo a seguir, esquecem de agradecer pelo que já receberam.

Como podemos evitar a preocupação? 'A única maneira de evitar a preocupação é levar a Cristo toda e qualquer dificuldade.' [2 MCP, 466(1)] Vamos levar a Jesus Cristo as nossas dores, desapontamentos e perplexidades. Deixemos nossos fardos sobre Jesus. Apresentemos a Ele os nossos problemas intrincados, lançando sobre Ele toda a nossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de nós. E façamos isso com AÇÕES DE GRAÇAS. Vamos substituir as preocupações pelo perdão.  E o resultado será a paz.

CONCLUSÃO

Não é da vontade de Deus que Seu povo ande vergado ao peso dos cuidados, que estejamos continuamente nos preocupando com alguma coisa desagradável.

A preocupação torna muito mais pesadas as nossas cargas. Não façamos jugos para o nosso pescoço com a preocupação.

Não nos preocupemos; pois, assim fazendo, tornamos muito severo o jugo e pesada a carga.

Façamos tudo o que pudermos, sem nos preocupar. Confiemos nas palavras de Cristo: 'Tudo quanto pedirdes em oração, crendo, recebereis' (Mateus 21:22).

Pr. Roberto Biagini

Mestrado em Teologia